quarta-feira, 30 de junho de 2010

Como pintar folhas

Às vezes, a gente pega um risco da intenet ou de uma revista e não sabe como pintar as folhas.Eu faço assim:
Tintas da Acrilex: Sombra (verde oliva e sépia), luz (amarelo limão e mafim), clareador para diluir a tinta e fazer a folha que está mais distante.


Risco

Para pintar, alguns detalhes fazem a diferença: Mantenha o pincel em pé, tinta de um só lado do pincel, não faça a nervura até o final da folha.

Pinte como se estivesse penteando a folha, fazendo a sombra em um dos lados da nervura, com verde oliva misturado com um pouquinho de sépia, pintando de dentro para fora.


Volte fazendo a sombra de cima para baixo, "penteando" a folha de fora para dentro.

Visualize com atenção este esboço e memorize o esquema: SL-SL (sombra, luz, sombra luz).

Agora podemos prencher as áreas de luz, "penteando" a folha de dentro para fora.

 E de fora para dentro, começando pela ponta da folha.

E como pintar duas folhas?

Começando pela folha que está atrás, faça o mesmo esquema. Nervura, sombra que sobe, sombra que desce, luz que sobe a partir da nervura, luz que desce em direção à nervura. Note que a folha pronta apresenta o esquema Sombra - Luz - Sombra - Luz (SL-SL).

Para a folha que está em primeiro plano, siga o esquema SL-SL.

E se fossem três folhas? Sem problemas, siga o esquema SL-SL. Observe na imagem abaixo que, para destacar a folha em primeiro plano, reforcei sua borda com um tiquinho de luz na "divisa" com a folha de trás, e reforcei a sua sombra projetada sobre a folha que está atrás.

Depois de marcar as áreas de luz e sombra (primeira e segunda imagens) eu retoquei a folha (terceira imagem), fazendo a sombra que a folha em primeiro plano projeta.


E se no risco tiver uma folha com dobrinha?

Use o esquema SL-SL novamente. Deixe a dobrinha da folha sem pintar.

Pinte a base da dobra com sombra, a ponta com luz, faça a sombra que a dobra projeta sobre a folha. Observe a dobra da folha e perceba que novamente temos Sombra (base da dobra), Luz  (ponta da dobra), Sombra projetada pela dobra sobre a folha e Luz da folha, ou seja, SL-SL.

E se no risco tiver uma folha que está mais mais longe, lá atrás?

Siga o esquema SL-SL, com a tinta bem diluída em clareador. Refaça as bordas com um tom um tantinho mais escuro. Foi o que fiz aqui. Quanto mais longe, menos nítida a folha, menos detalhes e menos contraste entre luz e sombra.



E se no risco tiver uma folha bem dobrada?

Continua valendo o esquema SL-SL.


Por fim, retoque o que achar necessário.
Seja qual for o risco de folhas, tenha em mente, antes de pintar, onde você vai colocar luz e sombra em cada folha.Varie as cores: Verde pinheiro com azul marinho faz uma sombra fria, verde com vermelho resulta numa sombra bem forte. Caramelo dá um toque especial em folhas secas. Enfim, observe a natureza e tente imaginar que cor você usaria para pintar aquela folha, aquele arbusto, aquela árvore. A natureza é a melhor professora que existe. =)

(Quinta-feira, 29 de julho de 2010) - Recomendo uma visita ao blog  (http://merivic.blogspot.com). Lá você encontrará, no marcador "Dicas de pintura em tecido", diversos passo a passos muiiiito legais, inclusive um de como pintar folhas.

sábado, 26 de junho de 2010

Limão e miosótis


Juntando as noções de luz, meio tom e sombra, estudadas na postagem "Frutas redondas - cereja" e na postagem "Miosótis - flores de fundo" (as duas postagens estão no marcador "Como pintar") a gente pode pintar uma porção de arranjos simples e bonitinhos. Fiz um com limão. =)

Para o limão, usei as cores: marfim + verde pistache (luz), verde pistache (meio tom), verde pinheiro (sombra). Para os miosótis, usei as cores: cerâmica + laranja (sombra e meio tom), branco (luz), amarelo ouro (luz dos miolinhos), sépia (sombra dos miolinhos).

Risco (Marquei com um círculo o local onde pretendo colocar a região mais escura da mancha para os miosótis.)

Luz

Meio tom

Deixei uma área do limão sem pintar, onde a mancha dos miosótis cobre o fruto. Mas nem sempre eu faço isso. Geralmente pinto o fruto inteiro e depois faço mancha por cima da área pintada. E faço isso com a pintura ainda molhada. Não sei se é possível fazer a mancha sobre a tinta seca.

Sombra

Sombra para os miosótis



Acabou.   :)

Miosótis - flores de fundo

 Na postagem "Frutas redondas - cereja", eu falei sobre luz, meio tom e sombra. Mas nem sempre pintamos nessa ordem. Por exemplo, para fazer aquelas manchas com florzinhas que dão um toque tão delicado às pinturas, a gente começa fazendo a sombra, o lugar onde haverá mais destaque das florzinhas. Depois a  gente faz o meio tom nas bordas dessa mancha, estendendo-o na direção que desejarmos ,para dar ideia de distância em relação à região mais escura da mancha. A luz são as próprias florzinhas.

Sombra (azul cobalto + púrpura)



Os miosótis têm cinco pétalas, mas normalmente eu faço só quatro. Aqui vou fazer cinco. Eu faço uma flor principal. Observe a colocação das pétalas, pintadas de fora para dentro.



Para pintar flores, eu costumo imaginar os gomos da parte interna de um guarda-chuva aberto. Assim eu consigo visualizar a posição das pétalas para que elas se encontrem no miolo da flor.



Com o pincel ainda sujo de branco, eu vou ao azul e ao púrpura e pinto as flores nas bordas, menores e  mais juntinhas, só insinuando a sua forma. Lavo o pincel sempre que precisar fazer as flores mais destacadas, só com o branco.





Para finalizar, faço o miolinho das flores. Neste estudo usei amarelo ouro para luz e fiz a sombra com  a cor caramelo. Não só a posição das pétalas, mas a luz do miolinho aponta para onde a flor está "olhando". Assim a gente sabe onde colocar a luz e a sombra do miolinho. ;)

 Obs.: No  marcador "Maçã vermelha" há outra técnica para se pintar flores de fundo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Frutas redondas - cereja

Pintar qualquer coisa fica mais fácil, quando se pensa em luz, meio tom e sombra. Este é um estudo básico de formas redondas.

Antes, porém, nunca é demais lembrar que a tinta precisa ser diluída adequadamente. Tinta líquida demais se espalha sem controle e borra o desenho.

Tinta grossa não penetra no tecido. Isso deixa o desenho com falhas, principalmente  quando se faz raminhos de flores e arabescos.

A tinta diluída deve ter a consistência cremosa, como de iogurte. É importante ficar atenta, quando se coloca a tinta no prato. Ela seca rapidamente e perde a consistência ideal. Quando a tinta está diluída adequadamente, pode-se pintar com facilidade, o pincel desliza, a tinta penetra facilmente no tecido e deixa  um aspecto uniforme.

Quando pensamos em uma cereja, logo pensamos em uma frutinha vermelha com um cabinho. Mas se pintamos uma bolinha toda vermelha (vermelho escarlate), o que conseguimos é  uma chapinha vermelha assim:

Fazendo uma sombra nas bordas, com a cor vinho, a chapinha começa a se transformar em uma bolinha.

Para aumentar ainda mais a ideia de que estamos desenhando uma esfera, é preciso mais do que o meio tom (vermelho escarlate) e sombra (vinho). Precisamos destacar a luz. Neste estudo, vou usar amarelo ouro misturado com  marfim para destacar a parte iluminada.
O que é importante, quando estamos começando, é se lembrar de que, em pintura em tecido, é mais fácil escurecer do que clarear uma pintura. Por exemplo, eu pintei com uma camada generosa de amarelo ouro a parte central da bolinha  da foto anterior e não consegui clareá-la. Ficou assim:

Então, o jeito é voltar ao começo e riscar outro círculo.

Agora que já sabemos que é mais fácil escurecer que clarear, entende-se por  que as revistas de passo a passo sempre começam a pintura fazendo a parte iluminada. Neste caso, amarelo ouro com um pouquinho de marfim.

Vermelho escarlate para o meio tom.

Vinho para a sombra, nas bordas.

Com a cor vinho no cantinho do pincel, marcamos o local onde o cabinho da cereja se encaixa.

Um ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados.  Olhando a imagem abaixo dá para perceber como é fácil pintar buracos:  Buraco é um escuro cercado de claro por todos os lados. É bom lembrar disso quando se pinta dobras  de tecido, frestas em madeiras, depressões em gramados...

O brilho foi feito com branco.

O cabinho foi feito com sépia.

Depois iluminei com marfim.


Que tal refazer o exercício com duas cerejas? Vamos lá...


Risco

Luz

Meio tom

Sombra

Luz

Meio tom

Sombra

A cereja da frente projeta sombra sobre a cereja que está atrás.
 

Brilho e marca de onde se encaixa o cabinho.

O galho foi feito com verde oliva, sépia e marfim.


Mais uma cerejinha. Desta vez usei vermelho fogo (luz), vermelho escarlate (meio tom), púrpura (sombra), branco com um tiquinho de azul (brilho). Para o cabinho, usei verde oliva.

 A partir de estudos como este,  pensando em termos de luz, meio tom e sombra, fica mais fácil entender como são pintadas as formas esféricas, como pêssego, limão, tomate...bolinhas de natal...

Também é interessante estudar formas cilíndricas, para ter uma noção básica de como pintar troncos de árvore, copos, garrafas, velas de natal...

Na verdade, o estudo de qualquer forma geométrica é  interessante e amplia nossa percepção para pintar.

Hoje fico por aqui.  =)